Mês dos professores: é tempo de se reinventar
Em 2020 comemoramos o mês dos professores em um cenário ímpar. A pandemia do coronavírus mudou as práticas pedagógicas, acelerou ainda mais a digitalização e trouxe muitos desafios sem aviso prévio. Mas tempos difíceis deixam grandes aprendizados, certo? E, segundo a Gilma Maria, professora há 16 anos, o maior deles é a certeza de que “o professor, independentemente do que aconteça, faz a educação acontecer. Ele se reinventa quantas vezes for preciso”.
Neste processo de se reinventar, a Adriana Moraes, professora há quase 28 anos, que atualmente leciona no 5° ano do Ensino Fundamental da Estância Turística de Paranapanema, contou: “Tivemos que mudar muitas coisas da nossa rotina, porque perdemos o contato diário. Criamos um grupo de WhatsApp com os alunos e os pais. Eu gravo vídeos com as atividades e também com explicações de questões de mais dificuldade para eles, faço vídeo chamadas e duas lives por semana para tirar dúvidas [...] Na minha casa eu montei, em um dos quartos, uma mini sala de aula, com uma lousa adaptada. Contratei uma internet mais veloz para melhorar a qualidade das lives e também comprei um microfone, para fazer com que esse processo todo acontecesse”.
SOBRE O FUTURO
Segundo dados da UNESCO, no Brasil, 81,9% dos alunos da Educação Básica deixaram de frequentar as instituições de ensino devido à pandemia. Isso representa cerca de 39 milhões de estudantes.
Para a professora Adriana Moraes, esse distanciamento, apesar de necessário, aumentou muito o número de alunos com defasagem curricular: “Vamos precisar de muito investimento em trabalhos paralelos de reforço, com atividades voltadas para recuperação de habilidades que ficaram fragilizadas. Se a partir do ano que vem o governo do estado e as prefeituras municipais não fizerem esse trabalho de recuperação, os alunos vão carregar essas dificuldades para o resto da vida”, afirmou.
Em função do fechamento das escolas municipais, os programas Prêmio Professor Exemplar, Olimpíadas Literárias e Olimpíadas do Tabuleiro, desenvolvidos pelo Instituto Rubens Meneghetti (IRM) foram suspensos até o fim deste ano letivo. Mas a expectativa pela retomada é grande, como também comentou a Adriana “Estamos todos ansiosos. O IRM valoriza nosso trabalho e é mais um motivo para voltarmos para a sala de aula. Nossos sonhos não foram cancelados, foram apenas adiados”.
As aulas presenciais de todos os sete municípios em que o Instituto atua – Águas de Santa Bárbara, Arandu, Itaí, Quadra, Paranapanema, Pardinho e Porangaba – estão suspensas até 2021, segundo decretos municipais.
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